quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Lutando contra infertilidade: Minha Fertilização in vitro- FIV



Lutando contra Infertilidade: Como lidar com a pressão interna, externa e com os sentimentos do marido?

Olá pessoal, tudo bem?

Hoje quero fazer uma postagem falando sobre a questão da infertilidade!
É incrível o número de pessoas que conheço hoje não apenas virtualmente mas também pessoalmente que passam por esse problema.

Não importa o tipo de infertilidade, se masculina, feminina, do casal, enfim, seja ela qual for, certamente trará a todos os envolvidos sentimentos nunca antes experimentados.

Eu achei que tudo seria muito fácil e lindo, acredito que essa seja a expectativa da maioria das mulheres que encaram esse tratamento, afinal temos que ser otimistas, não é mesmo? Porém entre a expectativa e a realidade, há um abismo beeem grande, infelizmente!

Claro que MUITOS casais já conseguem logo de cara e isso é ótimo, porém não acontece em 100% dos casos e quando aquele exame negativo chega... é simplesmente indescritível o sentimento que invade nosso coração!!!

Os homens também sentem muito, isso é fato, pois o processo envolve o casal e não apenas a mulher, por outro lado, as mulheres são normalmente mais intensas e apesar do homem ter uma participação essencial em todo o processo, somos nós que passamos por todo o tratamento que não é NADA ligth, física e emocionalmente.

Aqui em casa, já era o segundo filho, na primeira íamos fazer a FIV quando por milagre, e realmente eu acredito em milagres, eu engravidei naturalmente. Dessa forma achei que engravidar do segundo fosse mais fácil...
Tentamos por 1 ano e meio e nada, sequer uma menstruação atrasada pra dar uma pontinha de esperança.

Foi então me minha GO sugeriu uma inseminação artificial (IIU) no próprio consultório dela. Lá fomos nós, usei uma injeção de Ovidrel para desencadear minha ovulação em um domingo e na terça fomos a um laboratório especializado para colher os espermas do meu marido e para que esse laboratório fizesse o processamento desses espermas para deixá-los mais espertinhos, já que nosso problema é a falta te motilidade dos espermas ( Boa quantidade, mas não se movem).
Saímos do laborátorio e tínhamos 1h pra chegar no consultório para não perder o material.
Fizemos o processo que é super simples, apenas com uma seringa e uma sonda especial, a Dra injeta dentro da mulher os espermas do marido, você fica 30 minutos deitada e só!
Tanto nós como ela, estávamos super otimistas,  ela já me deu várias amostras de vitaminas, creminhos para estrias... qualidade boa de espermas, eu ovulo normalmente, ou seja, não tinha erro... só que não, tivémos nossa primeira decepção com um negativo beeem grande.

Depois de 2 meses então, resolvemos optar pela FIV, a idade ia chegando e isso me deixava cada vez mais angustiada porque quanto mais velha  é sabido que fica mais difícil.

Apesar de um tratamento delicado e perigoso para quem tem trombofilia, deu tudo certo!!! (Veja a história detalhada no vídeo!)

Primeira tentativa suuuper otimistas de novo e mais um balde de água fria!!!  Negativo mais uma vez...

E é aí que vou falar dos sentimento...

Durante esse 1 ano e meio de tentativas frustradas, o casamento tem que ser MUUIITOOO sólido para sobreviver e o marido precisa de verdade querer a mesma coisa, vocês precisam estar 100% conectados, mas por que?
Porque a pressão é muito grande, nesse processo, sexo tem dia certo pra acontecer, tem que ser nos dias férteis, isso é péssimo porque o ser humano não é uma máquina e só entendi isso quando meu próprio marido me deu esse toque. Eram meses horríveis porque tem dia que nem você nem o marido estão afim, tem o cansaço do dia a dia, a correria e parece que a ovulação acaba chegando beeem naquele dia!!
Sexo deixa de ser um prazer e vira uma obrigação, os apps no celular avisam, é aquela tensão e se não dá certo de rolar naquele ciclo é mais um mês "perdido".
Não podemos ver dessa maneira, não dá pra ser assim, isso acaba com qualquer relacionamento, é uma pressão horrível da gente com a gente mesmo e com o marido também...
É uma corrida ingrata contra o tempo, principalmente quando você já passou dos 35 anos. É um sentimento de impotência e de angústia, devastador...

E vamos ser bem honestos aqui, além desse desgaste todo, tem a parte financeira, uma FIV é MUUUITO cara, e aí você tem que lidar com esses questões financeiras também, um baita sacrifício para fazer e você sabe que o dinheiro só dá pra essa vez e se não der certo? Como vou pagar tudo de novo?

Esses sentimentos estavam nos deixando muito tensos e nos afastando ao invés de aproximar, foi aí que sentamos e decidimos que faríamos algumas renuncias na parte financeira para realizar a FIV e que não íamos mais nos cobrar tanto, claro que como já tenho minha filha é completamente diferente para quem não tem nenhum!! Isso fica ainda mais difícil, muuuito mais mesmo quando
é o primeiro filho.
Mas como sempre digo nos meus vídeos, nunca julgue o sentimento dos outros, só quem sabe o tamanho da sua dor e o que passa no seu coração é você mesmo. Sua dor, seus medos e suas angustias são sempre maiores pra você!!! Julgar é o papel de Deus, não o nosso, enquanto você se preocupa em se revoltar porque o outro conseguiu, porque para o outro é mais fácil, enquanto você gastar suas energias invejando o que o outro tem, fazendo um papel que não é seu e sim de Deus, certamente não vai acontecer pra você, foque nos seus problemas para alcançar suas próprias vitórias, não se apóie nas vitórias ou na vida dos outros porque você NUNCA saberá como aquela pessoas realmente chegou até lá.

Como lidar com esses sentimentos?
Se você não está conseguindo lidar com isso sozinha, não transfira o SEU problemas emocional para os outros, não pressione seu marido, tenha certeza absoluta de que ele está nesse barco por vontade própria e não por pressão sua. Um filho não é um prêmio de consolação e por mais vontade de ser mãe que você tenha, seu marido precisa estar no mesmo grau de vontade de ser pai, senão tudo vai desmoronar, você além de não conseguir realizar o desejo de ser mão, pode ficar sem o marido também.
Não transfira para o outro a responsabilidade da SUA felicidade e de realizar seus sonhos.
Esteja sempre consciente que esse é um processo a dois, mas que precisa ser muito baseado no amor e no desejo concreto de formar uma família! Filho não salva casamento nenhum, não transfira essa responsabilidade também para esse pequeno inocente que nem nasceu ainda. Quando um casamento é de verdade, ele é forte o suficiente para manter o casal feliz com ou sem filhos! E muitos casamentos acabam antes do filho fazer 1 ano, porque NADA é fácil nessa vida, é difícil não ter filhos, mas o dia a dia de um bebê também não é, por isso insisto, sem um casamento sólido e estruturado não vale a pena passar por tudo isso, é duro mas é real!!!
Não está funcionando sozinha, não se culpe tanto, procure ajuda psicológica e espiritual, eu garanto, a fé remove montanhas! Mas a terapia nos mostra e nos ajuda em TANTAAAS questões!!!

Depois da inseminação e da primeira Fiv negativas, eu quaaaase entrei em depressão, foi por um fio que isso não aconteceu. Mas eu sou realmente uma mulher de fé e determinei que na minha vida só acontece o que Deus permite e que TUDO tem um propósito, só ELE sabe o que é melhor pra mim, por isso, não ia desistir de ser feliz, acontecesse o que acontecesse.

Sua felicidade está em você mesma!!!

Beijos férteis para todas!!!